O famoso medo de tentar
Dias atrás, abandonei a rotina de estudante que me persegue e resolvi encontrar com uma amiga. Essa amiga em questão pediu a minha pessoa uma dose de conselhos. Eu, que mal sei aconselhar a mim mesmo, estava de ouvidos bem abertos para escutar o que ela tinha pra me dizer. Papo vai, papo vem, o veredito (pela própria) foi dado: eu tenho medo de arriscar e me decepcionar. E aquilo me chocou.
Por longos segundos, eu fiquei a me perguntar se eu também tinha esse medo de me decepcionar e identifiquei mais situações do que gostaria das vezes em que fui uma pessoa medrosa, que me escondia por trás do comodismo alegando estar muito bem ali onde estava, obrigado. E aquilo me incomodou.
Quantas vezes eu havia deixado oportunidades passarem porque eu não sabia como me portar com o inesperado, com o novo? Quantas vezes eu parei pra fazer algo que eu estava muito a fim, mas no segundo seguinte, eu desisti porque achei que era besteira ou que as pessoas a minha volta não iriam aprovar, sendo que eu jamais falei nada com elas sobre? Quantas vezes a falta do controle sobre a possível futura situação que estava na minha cabeça me prejudicou porque eu simplesmente não aceitava não ter amarras na razão, os pés no chão? Quantas vezes eu deixei de lado um puta desejo de alegando que era melhor viver com o certo, do que arriscar no duvidoso? E eu quis voar sem medo.
Depois de tanto refletir, vi que muitas vezes, tirar o band-aid daquele machucado que lateja há anos era necessário; que abrir mão do outro em prol de mim mesma não era egoísmo, era amor próprio. Que pensar com o coração não era coisa de gente lunática, mas de pessoas corajosas o suficiente para sentirem com toda intensidade permitida. Que, muitas vezes, aceitar o que já foi, enxugar as lágrimas quando elas insistem em cair é um sinal de sabedoria para dar um basta para tudo aquilo que não se pode mudar. É como aquele frase de São Francisco de Assis "Senhor, dai-me forças para mudar o que pode ser mudado, resignação para aceitar o que não pode ser mudado e sabedoria para distinguir uma coisa da outra."
Por isso, se eu puder dar um conselho nesse momento de reflexão, meu conselho é que você tente. Tente sempre. Saia da zona de conforto, faça as coisas mesmo quando elas não pareçam muito certas, viva a vida com a certeza de que nenhuma situação foi perdida pelo comodismo ocasionado pelo medo, pela insegurança, pela inevitável solidão que pode vir a aparecer a qualquer momento. Arranque o esparadrapo e sinta a dor uma única vez, ao invés de estender ela por anos a fio, afinal, é muito mais fácil sentir um pouco de dor todos os dias, do que uma dor dilacerante por um dia apenas. Mas não é saudável. Aliás, batalhe pela sua saúde, principalmente a mental porque ela nos dá a clareza de que devemos sempre seguir em frente, mesmo quando nossas pernas bambeiam incessantemente. E, por favor, seja imensamente feliz.
Como eu sempre digo Ana, o importante é se sentir feliz
ResponderExcluirFelicidade é o padrão!!!!
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