Gratidão e nossas infinidades


Tem coisas que a gente custa entender, mas depois que entende, só agradece. Se existe uma coisa na vida que eu aprendi, com certo custo, é que antes de qualquer coisa e depois de qualquer coisa, um “obrigado” é sempre necessário. Nunca sabemos as infinitas possibilidades que a vida vem trazendo pra gente, às vezes ela vem repleta de coisas que nos machucam, nos ferem e nos fazem encostar a cabeça no travesseiro e chorar, mas com o tempo necessário, nos ensina algo que, apenas com a dor, poderíamos aprender.

E é disso que eu estou falando. Falando de uma extensa e inenarrável gratidão. Nada em nossas vidas é por um acaso. O acaso é apenas uma parte de um plano que ainda não foi concluído e por isso não entendemos, colocando-o como algo desconhecido e sem nexo, fora de qualquer coisa que a gente possa imaginar. Mas não. Tudo nessa vida faz sentido, tudo tem um sentido. Nossa existência parte de um sentido, pelo qual, nunca entenderemos em vida e talvez, nem em morte, o que não torna inválido tudo o que passamos, mas torna tudo necessário.

É possível demonstrar em N exemplificações, mas vou pela qual acho mais clara e prática: Beethoven, grande pianista, ficou surdo com o passar dos anos, deixou de escutar suas músicas de forma convencional e passou as escutar com o coração. Sua imensidão em vida, o reconhecimento dele, não foi tão grande como o que tem agora (em morte) no meio aos pianistas contemporâneos, sendo uma inspiração, um ícone, como muitos outros heróis ou artistas, que morreram sem se deparar com o próprio nome na história. Resumindo: nunca soube que proporção teve seu nome, o seu eco. E talvez, até hoje, aonde quer que ele esteja, ele não saiba a magnitude que suas obras tomaram, mesmo depois de tanto tempo após a sua morte terrena.

Talvez a vida seja isso, uma passagem de sucesso, um lugar onde nossa estrela começa a brilhar e nunca mais para. O universo nos mantém intactos, a vida nos guarda, mas somos definitivamente seres infinitos. Seres de luz que vibram e brilham sem parar, sempre se renovando, se conhecendo e mergulhando no mar de descobertas que a nossa mente nunca nos poderia levar, mas que o nosso coração se encarrega de preparar e aguardar. E assim, sendo sempre gratos por tudo aquilo que não enxergamos, mas sabemos que existe e que nos vigia e protege de tudo aquilo que nos impeça de sermos cada vez mais plenos e vivos perante a eternidade.

Comentários

Postagens mais visitadas