Feliz por sempre querer ser luz
Esses dias li um texto que o questionamento final do mesmo era simples e aparentemente "fácil" de ser respondido: "por que você escreve?". E está aí uma questão que eu nunca parei pra responder ou questionar, afinal, nunca foi voluntário todo esse meu "desembestamento" com as palavras. E então me veio imediatamente a resposta, que eu nunca tinha parado pra pensar ou perceber que já estava ali, já era existente. Escrevo porque quero ser luz.
Hoje em dia, na TV, o que mais se ver são notícias negativas, tristes, que desestimulam o ser humano em acreditar que existe sim pessoas boas no mundo, pessoas que estão sempre dispostas a estender a mão e amparar. Veja bem, considero importante saber o que há com o mundo, saber sobre atentados, sobre as guerras porque só assim posso mandar todo amor que houver nas minhas infinitas partículas, porém, não há muitas mensagens de esperança. Não noticiam a solidariedade com frequência, os jornais não procuram pesquisar e muito menos informar a taxa de adoção do Brasil, tudo o que poderia estimular, é deixado de lado. E tudo isso é triste porque desde cedo nós vivemos focados nos defeitos, nas coisas fúteis e sem valor real.
Uma forma de exemplificar o que falo é algo que vivi quando tinha meus 12/13 anos. Não é lá grandes coisas, não foi o fim do mundo pra mim (nem pra ninguém), mas me marcou muito porque pela primeira vez na vida, eu vi a influência da sociedade em crianças/pré-adolescentes. Bom, eu sempre fui uma menina meio gordinha, nunca liguei muito pra aparência porque a comida sempre foi mais importante do que ser magra e, naquela época, eu tinha uma melhor amiga que deixou de falar comigo porque, segundo ela, "eu não atraía meninos", não me encaixava naquilo que ela e metade da torcida do Flamengo considerava ideal.
Pensem: eu era nova e não atraía coisas que eu nem sabia que existia direito. Eu fui enquadrada em um parâmetro que eu nunca tinha escutado falar e pouco ligava. Passei a deixar de gostar de mim e começar achar defeitos onde não tinha. Eu nunca fui imperfeita, nunca deixei de ser algo, porque eu era quem eu deveria ser: a minha própria luz.
Fiquei muito tempo encanada com isso, meu complexo passou por inúmeros altos e baixos e hoje, depois de um tempo, me aceitei. Do jeito que eu sou, sem tirar nem pôr. E você também é. A beleza não está associada com aparência, mas com a nossa alma. Se sua alma não é bonita, não é florida, não tem cheiro de chocolate ou de qualquer outro perfume bom, então, sinto muito, você precisa procurar a verdadeira beleza. As coisas bonitas estão nas coisas mais simples. E da mesma forma que eu escrevo, eu quero ser. Luz, luz, luz, luz. Quero irradiar minha alma, encher de coisas bonitas de acordo com a minha definição de beleza e ser sempre fiel a minha felicidade e a minha gratidão por tudo aquilo que tenho e sou.
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