A vulnerabilidade do ser

Esses dias li sobre a vulnerabilidade do ser, sobre o medo, a decepção ser um bloqueio para uma vida mais corajosa, feliz, verdadeira, autêntica e, por que não, dolorosa?! Recordei, também, um livro que li que, logo o título, já era sugestível: "a insustentável leveza do ser".

Veja bem, fazer estágio em uma biblioteca me permite ter acesso a um mundo de informação. Adentrando nesse mundo e sendo um ser humano totalmente ligado a incessante busca de si mesmo nas variáveis esquinas da vida, pude perceber que ser quem somos de verdade pode ser mais complicado do que se imagina. No livro citado acima, foi perceptível pra mim que, muitas vezes, para sermos mais "leves" é necessário a abdicação de opinião, de tomar uma decisão. Para sermos mais "leves", precisamos abandonar toda e qualquer responsabilidade que possa existir. Todavia, quando abandonamos nossa responsabilidade, nossa culpa no cartório, estamos fugindo e negando toda nossa existência. Um ser humano em negação vive uma vida que não o pertence, pois a negação implica no falso fortalecimento do ser, já que na sociedade atual que vivemos, bonito é ser "forte", mas o que é ser "forte" pra você?

É nesse questionamento tendencioso que encontramos a verdadeira cilada cotidiana. Ser forte hoje em dia se resume a não ter sentimentos, não sofrer por coisas que disseram ser desnecessárias, não dar espaço para viver algo porque alguém nos disse que ia machucar, ia doer. Contudo, um ser humano precisa passar por todas as coisas para que possa se encontrar e se fortalecer verdadeiramente. O ego quer passar por cima de tudo e ser "leve", a alma quer passar por tudo e ser completa. 

Não se pode ser forte sem ser vulnerável, pois a vulnerabilidade está diretamente ligada com o nosso fortalecimento. Deixe o mar bater, o barco balançar e ao pescador aprender a lição e fazer um barco mais forte para que o mesmo possa sobreviver a partir de experiências reais de uma vida totalmente real. Não sejamos negligentes as nossas dores. Sejamos felizes por tudo o que passamos e agradecidos por podermos passar por isso, permanecendo vivo.