O meu próprio amor
Tempos atrás procurei compreender o que eu, verdadeiramente, merecia. Veja bem, nunca fui muito fã de me colocar como a centralização do meu mundo, sempre optei por dar mais atenção aos amigos, a família e a qualquer um que precisasse realmente do meu tempo. Hora ou outra me encontrava naquela velha sinuca de bico: ou eu faço por mim ou pelo outro. Fazia pelo outro. O problema da vida está justamente aí, quando o outro tem tanta importância que você se esquece em um canto qualquer, comendo alguma comida qualquer por pensar que outro merece mais. Só nos esquecemos que assim como nós, o outro também quer fazer escolhas e tem pessoas, que na opção de ficar ou partir, preferem partir. O que resta de nós quando não somos suficientes para o outro?
Assim, nesse questionamento absurdo, com uma dose de tempo livre e numa conversa regada a cerveja e a filosofias de bar, um amigo me disse "nós temos o amor que achamos que merecemos". Puta merda!!! E agora? Que tipo de amor eu mereço? Pedi a esse mesmo amigo para analisar o quanto eu merecia. Ele afirmou que eu merecia todo o amor do mundo, mas frisou que antes de amar outra pessoa, era interessante avaliar o quanto eu me amava. E aí que todo mistério se desfez. Eu desperto no outro o amor que eu levo dentro do peito. Todas as minhas inseguranças são reflexos daquilo que tenho mais medo, tudo aquilo que não gosto no outro faz mais parte de mim do que do dito cujo em questão. Aprendi desde então que sou imensamente feliz sozinha e bem, se alguém, por ventura e aventura, quiser vir junto será muito bem vindo, mas - jamais-, será integrante do meu amor próprio, da minha imensidão azul particular.
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