Eu mesma e sempre
Desde que me entendo por gente, tento ser "normal" na medida do possível. Tento me encaixar nos padrões impostos por alguém que eu jamais vi anteriormente (e sigo sem ver). Passei a maior parte da vida pintando as unhas, me preocupando com a pele e com o cabelo só porque era normal se preocupar com isso.
Com o tempo e, vai lá, com a minha maturidade que ainda cresce abaixo da curva, já que eu, sempre defendo a minha criança interior, fui percebendo que era impossível pra mim ser padrão, "normal". Tentei sempre ser o que eu nunca me identifiquei. Me enquadrar em situações onde eu jamais pudera estar. Não era alegre como eu, tampouco, diferente como eu. E toda essa percepção de realidade doía sempre um pouco mais em mim.
Fui deixando de lado a pessoa que eu não era, mas fingia ser e junto com a aceitação, veio a enxurrada de críticas por todos os lados. Eu havia decepcionado pessoas que gostavam de quem eu fingia ser. E tudo isso me doeu demais. Nesse processo, resolvi que seria interessante manter esses dois lados para que eu não magoasse ninguém porque a realidade era que eu sempre fui covarde demais pra dizer não.
E nesse processo, eu percebi que agradava todo mundo, mas me matava por dentro. Fingir algo que eu estava tão saturada, me deixava infeliz. Em algum momento que eu não consigo me recordar, eu desisti dessa ideia maluca e fui ser eu de verdade. E todas as críticas anteriores, vieram fortes feito um furacão, mas eu já havia maturado um pouco mais pra compreender que nada daquilo era minha culpa ou culpa de qualquer outra pessoa. Eram só as malditas expectativas que a gente não sabe como que cria, mas quando vê, já tem braço, perna e só falta falar e andar.
Por fim, assumi a minha risada estranha, meu ódio eterno por pintar unhas e o desgosto profundo por usar vestidos e sandálias de "mocinha". Viva ao all star, a risada de foca e o cabelo vermelho nem sempre hidratado, mas sempre presente. Viva a felicidade de ser eu mesma sempre e sempre.
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