A importância dos pontos finais
Odeio dar fim as coisas. Parece até besteira, mas a coisa que eu mais tenho pavor na vida é dizer "adeus" pra algo ou alguém. Me dói, é como se fosse uma pedra no sapato que eu ando por um longo caminho sem conseguir me desvencilhar.
Quando eu era mais nova, sofria muito pra terminar rolos, namoros e até amizades. Ficava com aquilo na mente até alguém me dizer que a pessoa, com a qual eu rompi relação, estava bem. Com o passar do tempo, fui criando a maturidade que é melhor priorizar a si mesmo, a paz interior do que carregar algo tão sufocante no peito. E por que eu estou escrevendo um texto sobre isso?
Porque eu não sei pontuar muito bem. É sério. Tenho medo absurdo do fim, daquele definitivo, de passar na rua e nem, sequer, cumprimentar. Não sou assim. A minha capacidade de "honrar" o passado ou algo estúpido do tipo, me faz esquecer dos por quês aquilo aconteceu. E eu fico intitulando a minha própria vida com "a volta dos que não foram". Não sei fechar a porta e passar o cadeado pra ninguém mais me assombrar. Sempre tem um fantasma que passa pela fechadura, que vem dizer "olá" e deixar aquela maldita pulga atrás da orelha do "e se...?". E se nada. A vida é o caminho que a gente decide caminhar.
Por isso, por gentileza, não seja como eu e coloque a porra do ponto final. Esse nem era pra ser um texto tão pessoal, mas peco tanto nesse aspecto que já venho me colocando como exemplo e me punindo por palavras. Então é isso: terminou? Diga tudo o que tem pra dizer, pra esclarecer e saia sem uma mísera palavra entalada na garganta. Palavras não ditas perpetuam na mente e não nos deixam dormir por noites. E siga (ou corra) em frente. E, claro, me diga como fazer isso porque estou tentando aprender faz alguns anos.
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