queria ser como o louco



Voltei a estudar Taro. Acho que talvez esse seja o meu caminho, depois de idas e vindas, começa, para, volta, termina, talvez seja a hora de me arriscar de vez nas cartas e mergulhar no mundo subjetivo de significados e simbolismo que eu tanto venho batendo um papo. 

Comecei, claro, pelo começo. Porque todas as vezes que eu volto, não consigo seguir de onde havia parado. Recomeço porque aprendi desde nova que Taro é continuidade, é caminho, é meio. Começo e fim não se definem quando falamos das cartas. E a primeira carta que resolvi estudar foi ela, a do Louco. O louco que também é chamado de bobo ou de tolo. Mas bobo por que?

Alguns dizem que o louco é infantil, não sabe medir as consequências, é irresponsável demais, beira a loucura. Até que faz sentido. Mas se a gente para pra ver, o que é a loucura? Porque o que é louco pra mim pode ser perfeitamente normal pra você e vice versa. As razões pelas quais cometemos loucuras, somos irresponsáveis também são medidas de formas particulares. O louco deixou de ser louco, ele se tornou a incógnita. 

Quando olho pro louco, sorrio. Acho que ele quer que pensemos que não sabemos o que ele faz da vida. E talvez nem ele saiba. Mas ele confia. Confia que não importa qual seja o destino, o caminho será colocado a frente dele. Confia que a vida tem um mar de possibilidades e que o fim do túnel é questão de semântica. Confia que se jogar no mundo é mais importante do que estar preso a padrões impostos por uma sociedade que não faz sentido pra todo mundo. Confia em sua intuição, na sua essência, no seu coração. 

O louco é nobre e otimista em uma sociedade que classifica isso como inocência e falta de prudência. Mas ele não liga, ele não dá a mínima porque pra ele, o que mais importa, é ser ele mesmo.  

Que a energia dele contagie a sua vida, assim como ele faz com a minha. 

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